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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Frankenstein: um monstro criado por Vitor ou pelos olhos de quem o condenou?


Eu sou adepta, amante, visionária, protestante e propagandista (e modelo) da inserção de um estilo de vida simples, pois acredito que a nossa procura pela felicidade foi desviada de seu caminho natural.

Enquanto procuramos manter a aparência para os outros, esquecemos (muitos, não todos) de nós mesmos. 
É verdade que quando nos arrumamos nunca é para os outros, mas para nós.

Mas como pode ser para nós, se nos vemos nus todos os dias??? Então...por quê? 
Para nos sentirmos mais "parte desse todo" que diz que precisamos consumir tudo que temos, e então precisamos gastar nosso tempo para adquirir mais para que consigamos consumir mais com aquilo que teremos...
E assim somos escravos. Nossa mente é escrava. 
Escrava, e, por isso, não consegue ser mais criativa. Não consegue viajar um pouco mais. Está preocupada.


E, de repente, na tentativa de aumentar os argumentos para explicar o Frankentein nos dias atuais, digito no Dr. Google "mal vestido", e encontro o menino por quem me apaixonei na primeira vez que o vi. Me apaixonei mesmo sem saber quem era exatamente e quanto tinha em sua conta bancária! Aliás, eu não sabia nem da existência do Facebook naquela época. Me apaixonei pelo que ele estava dizendo para uma platéia de estudantes: dizia que sempre quis tornar sua vida mais simples, sem precisar cumprir horários, sem precisar se vestir conforme a regra mandava.



Aquele dia eu descobri um novo gênio da sociedade moderna. Hoje descobro que foi eleito o executivo mais mal vestido. 
Mais mal vestido???
Quem definiu o que é ser bem vestido?
A sociedade.
A sociedade??? Mas...quem é a sociedade mesmo? 
Eu faço parte?


A reportagem diz que "Além de Zuckerberg, aparecem na lista o executivo-chefe da Apple, STEVE JOBS, por não atualizar seu estilo, e o fundador da Microsoft, BILL GATES.
O estilo do presidente da Adobe Systems, Shantanu Narayen; do cofundador da Foursquare, Dennis Crowley, e dos fundadores do LinkedIn, Reid Hoffman, e do MySpace, Tom Anderson, também é criticado pela revista.Além de Zuckerberg, aparecem na lista o executivo-chefe da Apple, Steve Jobs, por não atualizar seu estilo, e o fundador da Microsoft, Bill Gates. O estilo do presidente da Adobe Systems, Shantanu Narayen; do cofundador da Foursquare, Dennis Crowley, e dos fundadores do LinkedIn, Reid Hoffman, e do MySpace, Tom Anderson, também é criticado pela revista."



EU CONCLUO A LEITURA PENSANDO QUE A LISTA AINDA ESTÁ PEQUENA...
SÓ A CONTA BANCÁRIA ESTÁ CHEIA.

Mas, veja bem, não estou dizendo que gosto de ver pessoas mal trapidas, mau cheirosas....sujeira gera doença. Diferente, bemmm diferente.

A cada dia acredito mais que meu nome é Neila com algum propósito pré-definido....
Todos os meus ídolos se vestem de forma simples e valorizam outros aspectos. Eu posso citar ainda: Patch Adams, Miguel Nicolelis, Gandhi, Jesus Cristo, Buda, Gessinger (Engenheiros do Hawaii), Leindecker (Cidadão Quem), Renato Russo (Legião Urbana), John Lennon,....

Pensando bem, seria bem interessante ouvir Jesus, Buda ou o Gandhi falando: "Não sei com qual roupa eu irei".


O que tudo isso tem a ver com o título?
Vitor Frankentein criou o "monstro" com pedaços de outros corpos, de outros seres humanos. Como todos somos diferentes, o novo ser ficou com uma aparência horrível: cada membro de um tamanho, cores diferentes....
O aparente monstro precisava de alguns conselhos para viver em sociedade, precisava de amigos que convivessem com suas diferenças, mas isso não foi possível, pois nosso primeiro julgamento ocorre pela visão.

O que torna o ser humano um homem/uma mulher aceito na sociedade é apenas a relação, a adaptação, que este tem com a sociedade em que está inserido.


Referências: 

Fundador do Facebook é eleito o executivo mais mal vestido disponível em http://www.clmais.com.br/entreterimento/23725/

SHELLEY, Mary. Frankenstein. 1818.


domingo, 1 de abril de 2012

Eu sei, e deveria reagir!

Aqui está um texto bom sobre o nosso estilo de vida, não garanto a autoria, já que hoje em dia isso é difícil de ter certeza, mas vale a pena porque fala da nossa acomodação. Apesar de que eu ainda não me acostumei. Não só não me acostumei com a falta dos pássaros cantando (e ter que ouvir os carros passando), as muitas estrelas ou até os grilos, como também me convenço a cada dia que a vida não vale a pena se for assim. Nossos objetivos estão em torno de comprar. Trabalhar para comprar, descansar para trabalhar e trabalhar e trabalhar...sem parar, para poder comprar mais e mais. As pessoas são criticadas (eu sou criticada!) quando falam que é possível trabalhar menos, muito menos, e viver melhor que agora.Precisávamos parar com esse costume de ser escravo, mas eu já perdi as esperanças. As pessoas não querem e acham ridículo trabalhar menos e viver mais....Mas enfim, segue o texto:





Eu sei, mas não devia (Marina Colasanti - 1972)

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. 

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

sábado, 17 de março de 2012

Algumas lições que eu jamais deveria esquecer

  1. Eu sou a única pessoa responsável pela minha vida. Se eu estiver bem de saúde e com as contas pagas já é um grande começo;
  2. Não devo interferir na vida alheia, a menos que eu queira encrenca para minha vida;
  3. O que os outros pensam de mim é problema deles, mas se um dia eu depender deles, então será problema meu;
  4. Quando eu assumir alguma responsabilidade em grupo, devo estar consciente que preciso ter capacidade de assumir sozinha. Pode ser que os outros integrantes esqueçam suas responsabilidades ou precisem se libertar delas por alguns momentos;
  5. Preciso confiar em alguém. Que graça teria a vida sem poder confiar em alguém? Portanto, preciso de um gato ou um cachorro. Até uma cobra domesticada pode quebrar o galho;
  6. Objetivos servem para tornar a vida eloqüente e me convencer que vale a pena continuar. Se eu não alcançá-los, tudo bem, devo trocá-los e jamais lembrar que a vida não tem sentido algum;
  7. Dividir faz bem pra todos, mas é uma escolha. Posso negar a comunhão e conhecer o poder do outro;
  8. Favores são necessários para trocas futuras, mas nunca devo pedir para que alguém faça algo que eu não seja capaz de retribuir;
  9. Hierarquias servem, literalmente, para mostrar quem tem mais poder. Devo respeitar isso e nunca falar mal de quem está acima ou humilhar quem está abaixo de mim, pois as Hierarquias são muito inquietas e não gostam de ficar sempre no mesmo lugar;
  10. Cuidar da natureza, do corpo e do próprio dinheiro é um ato totalmente egoísta e, por isso, bom: estou garantindo meu futuro saudável;
  11. Trabalhar é bom, satisfaz o corpo e a “alma”, mas há muitas outras atividades interessantes que eu não posso deixar de fazer;
  12. Sexo é tão importante quanto comer, urinar, defecar, dormir ou fazer qualquer outra atividade física. Não é esse bicho que estão falando há alguns séculos;
  13. Ler me torna uma pessoa mais criativa e pensante, por isso, mais feliz;
  14. Todos os relacionamentos acabam. Posso começar outro tipo de relação com a mesma pessoa, se ambos quiserem.
  15. Minha própria companhia deve ser sempre a melhor. Se não estiver satisfeita, está na hora de melhorar, não de procurar alguém para me satisfazer;


    terça-feira, 31 de janeiro de 2012

    Como criar um POVO IDIOTA

    Nesse vídeo o narrador descreve como “poderia” ser criada uma sociedade totalmente dominada e voltada aos interesses de poucos.
    Eu concordo com muitos dos comentários, mas também não podemos fechar os olhos e sempre culpar os outros pelo nosso insucesso.
    Nosso Diabo virou o governo há um tempo, precisamos desmistificar isso.
    Como o vídeo cita 10 características desse “plano de governo” e os comenta, eu também o farei, mas não terá muito sentido ler sem ver o vídeo.
    Segue:








    1- Acabar com a educação de qualidade.
    Não acredito que seja a escola quem tem a obrigação de dar educação. Ok, talvez fosse, pela lei. Mas na escola a criança tem que, principalmente, aprender a conviver com pessoas diferentes dela e cumprir metas. A educação, o ensino, a aprendizagem, precisa acontecer em casa, o que eu vejo em poucos casos.

    2- Dar oportunidade para poucos.
    Os concursos públicos estão aí, pra quem quiser. É difícil passar? Sim! É mais fácil com cursinhos? Sim! Mas conheço pessoas (eu, inclusive) que passou sem cursinho, estudando no tempo vago.
    A UFFS fez muitas chamadas e nem fechou algumas turmas. Estou falando de Universidade Pública (Gratuita!). Nem que fosse pelo canudo...mas a oportunidade está aí. Aproveita quem quer e tem coragem.
    Bons atos jamais haverão de ser reconhecidos..? Bem, depende o que é reconhecimento. Salário? Fama? É daí precisa ser jogador de futebol famoso mesmo.

    3- Criar uma mídia inútil.
    a) Peraí! A Globo não é burra, ela tem equipes que pesquisam o que o povo quer ver. Não é o povo que vê o que a mídia quer mostrar, é a mídia que mostra o que o povo quer ver. Não acha?
    Além disso, ninguém é obrigado a assistir TV. Ninguém é obrigado a ter TV em casa, aliás.

    4- Garantir que o sistema de saúde seja horrível.
    É, pois é...SUS ainda é um dos poucos Sistemas de Saúde público ou é o único?

    5 - Cobrar altos impostos.
    Pois é, tô pensando em parar de pagar IPVA....

    6- Garantir a impunidade.
    Sempre achei que cadeia melhora o bandido: ele aumenta as experiências com as histórias dos outros. Mas não sei qual seria a solução.

    7- Tudo tem que não funcionar.
    Minha carteira do COREN chegou 3 anos depois do pedido, as estradas são cheias de buracos, mas não tenho problemas com os Correios, nem com água ou luz ou telefone.

    8- Promover o desemprego.
    Como diz o documentário "Da Servidão Moderna", o desemprego existe para aquele que tem agradecer, mesmo com salário baixo. Mas como já disse: os concursos públicos estão aí. Alguns não pagam tão mal assim e dão oportunidade de trabalhar menos tempo/dia.

    9- Jamais investir em tecnologia.
    Não conheço sobre isso.

    10- Empregar mágicos no governo.
    Por “mágicos” entende-se pessoas com capacidade de duplicar/triplicar sua própria renda depois de eleitos.
    Pois é, colocássemos, pelo menos, alguém que entenda realmente de alguma coisa...

    domingo, 29 de janeiro de 2012

    Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó

    Ontem fiz uma visita à UHE Foz do Chapecó, a quarta Hidrelétrica do Rio Uruguai, situada entre as cidades de Águas de Chapecó/ SC e Alpestre/ RS. Fiz o percurso da casa da minha avó até lá a pé e, como imaginava, é uma experiência totalmente diferente e magnífica. Jamais poderia se comparar ao passeio de carro. Minha experiência pessoal foi um misto entre fascinação e tristeza nos quase 12 Km percorridos. Muito bom ver as paisagens e o acesso a elas, mas péssimo ver a deficiência deste, a falta de água no rio e os lixos jogados no mirante.







    Nosso "Rio de Águas Profundas" está praticamente seco a partir da barragem até se unir com o Chapecó. Além da deficiência da mata ciliar, que já se notava antes da construção, o fechamento das comportas e a seca fizeram com que um trecho de aproximadamente 6 km ficasse praticamente seco.





    É bonito e triste ver as pedras e os pequenos poços de água onde há pouco tempo se via um lindo rio. Muito mais triste que bonito. O que se vê é um pequeno riacho na margem esquerda, o que não corresponde a 20% do total do rio.
    No entanto, o trecho é lindo. Eu, que gosto de ecoturismo e prefiro rural a urbano, fiquei maravilhada. É uma paisagem que permite somente paz: campos verdes, limpeza, silêncio e animais. Magnífico! Sinto êxtase ao lembrar.









    É inevitável imaginar que seria maravilhoso a prática de cicloturismo ali, não fosse a ausência de espaço na Rodovia. Não há meio metro sequer para passeios de ciclistas ou pedestres. Sem contar que, apesar das muitas placas informando a velocidade máxima de 60 km/h, os poucos carros que passaram por mim na manhã de ontem (geralmente moradores do local) simulavam uma pista de corrida, mesmo numa Rodovia tão estreita, com muitas curvas e o perigo de animais na pista.



    Ao chegar no mirante, em Alpestre, o que vi foram muitos lixos jogados logo abaixo. Decepcionante. As pessoas certamente não pensam e, mesmo com tanta divulgação e campanhas de conscientização, não sabem da importância em não poluir e separar o lixo. Olhei ao lado e vi três lixeiros, a falta deles não pode ser desculpa pra tanto lixo: garrafas e copos descartáveis, latas de cervejas e refrigerantes, tocos de cigarros...É, tem de tudo demais!
    Mas o lago formado pela Usina, não posso negar, é desafiante! A vontade de entrar na água foi grande. Pena eu ter sido descuidada e levar a máquina com pouca bateria.

    Saí de lá com poucas boas esperanças, mas espero que seja possível a prática de ecoturismo, pelo menos. E, com isso, espero que as pessoas que visitem percebam o quanto fazemos mal ao nosso ambiente e que passemos a fazer nossa parte gastando menos luz, menos matéria-prima, separando o lixo, plantando  mais árvores e preservando as poucas que temos e que exigindo energia limpa antes que acabemos com todos os nossos rios, ou que sobrem poucos.