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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!



Augusto dos Anjos

sábado, 17 de dezembro de 2011

‎"Vou comer em cima da cama"
"Ih, mas tá sem o lençol impermeável"
"ah, não dá nada, eu cuido"

"vixx....M***...pega o papel toalha! Derrubei molho no colchão novo"

:P

Super-heroína

Eu descobri, e agora posso responder quando me perguntam porque curso letras. Não é só porque é área da educação, por ser um dos pilares da sociedade. Sim, é. Mas coincidentemente quero a área da saúde E a da educação não só "para salvar o mundo". Literatura é o que ME salva. Afinal, não ajudarei ninguém se eu não estiver bem.
Descobri essa resposta lendo uma boa crônica de uma porto-alegrense feliz que escreve para o Blog da Companhia das Letras. Hoje me sinto mais feliz por isso.

http://www.blogdacompanhia.com.br/2011/12/a-maior-das-transgressoes/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Você entende?

Casal preparando-se para sair. Ela uns 40 e poucos anos, ele 50.

Ela pede:

– Me fecha atrás?

Ele:

– Ahn?

– O vestido, Sergio. Fecha o vestido.

– Ah.

Ele tenta fechar o vestido dela atrás mas não consegue. Em vinte-cinco anos de vida conjugal é a primeira vez que tem dificuldade em fechar o vestido dela atrás.

– O que foi, Sérgio?

– Calma, Dulce. Preciso me concentrar.

Ele finalmente consegue fechar o vestido.

– Pronto. Dever cumprido.

– O que você tem, Sérgio?

– Por quê?

– Parece distraído. E ainda não terminou de se vestir. Nós vamos chegar tarde no jantar.

Ele senta-se na cama.

– Dulce, eu vou confessar uma coisa.

Dulce olha para o marido com surpresa. Uma confissão? Que confissão? Uma amante? Um problema na firma? Estamos arruinados? O quê?
***

– O quê, Sérgio?

– Eu nunca entendi o que o Pato Donald dizia.

Dulce controla a vontade de bater no marido.

– Que loucura é essa, Sérgio?

– Passei toda a minha infância fingindo que entendia, mas não entendia. Você entendia?

– Por que isto agora, Sérgio? Você está muito estranho.

– Eu ria mas não entendia. Era um riso falso.

– Sérgio, por amor de Deus. Vamos parar com essa loucura e acabar de nos vestir. Já estamos atrasados e você nem...

– Eu não devia ser o único. Muito mais gente não entendia o Pato Donald.

(Luis Fernando Veríssimo)

Atletas e técnica do basquete de Chapecó são campeãs pela seleção catarinense

Com certeza o projeto Atletas do Futuro ajuda a descobrir muitos talentos escondidos.




http://www.chapeco.sc.gov.br/noticias/2080-atletas-e-tecnica-do-basquete-de-chapeco-sao-campeas-pela-selecao-catarinense.html

Você é um ser humano, um ente moral, com discernimento e consciência

Vamos – estava dizendo a truta. - Pelo menos uma vez na vida, seja decidido. Me escolha e me condene à morte, ou me deixe viver. A decisão é sua. Eu não decido nada. Sou apenas um peixe, com cérebro de peixe. Não escolhi estar nesse tanque. Não posso decidir minha vida, ou a de ninguém. Mas você pode. A minha e a sua. Você é um ser humano, um ente moral, com discernimento e consciência. Até agora foi um protegido, um desobrigado, um isento da vida. Mas chegou a hora de se comprometer. Você tem uma biografia para decidir. A minha. Agora. Depois pode decidir a sua, se gostar da experiência. O que não pode é continuar se escondendo da vida.


Luis Fernando Veríssimo em O Olhar da Truta, de seu novo livro Em Algum Lugar do Paraíso

sábado, 26 de novembro de 2011

Querida - Dalton Trevisan

- Olha, ali um restaurante. Quanto carro. Sinal que é boa a comida.

- Mais uma horinha na estrada e chegamos em casa.

- Você com essa eterna mania de não parar.

- Ta bem.

- Ih, tanta gente. Apresse o garçom. Tô morrendo de fome.

- Ei, Garçon. Nós queremos isso e aquilo. Bem rapidinho, por favor.

- Veja lá, aquele casal entrou depois de nós. E logo foi atendido.

- Paciência, meu bem. Mais um pouquinho.

- De novo. Ali, esse pessoal chegou mais tarde. E já tão servidos. Você não saber nem cobrar do garçom.

- Ah, é? Quer pressa? Olha aqui, seu garçom de merda. Traz já a comida ou...

- Ih, que vergonha. Você é um grosso. Não tem educação. Só dá espetáculo.

- Amor, fiz isso por você. Se não me...

- Sempre sou humilhada em público. Foi a última vez.

- Mas querida...

- Nunca mais entro num restaurante com você. Nunca mais, ouviu bem?

- ...

- E não sou tua querida!

Craquinho - Dalton Trevisan

Eu tava três dias fumando horrores. Sem comer. Sem dormir. Só queimando a pedra. Você para, a fissura te pega. Já se perde numa nóia de veneno.

Não é como outra droga, não. O craque. Cê não consegue largar. Quer mais um. Mais um. E mais um.

É diferente porque ele você ama.

Só dez segundinhos. Fatal. Te bate forte no peito. O bruto soco na cabeça. E o mágico tuimmm!

Na pedra, sabe? Tem um espírito vivo. Daí o craquinho fala direto comigo:

– Vai, Edu. Vai nessa, mermão!

Cê fica o tal. Olho de vidro, o polegar chamuscado, acelero alto. Mais força e poder. O pico de zoar no paraíso.

E já no inferno. Isso aí, bacana. O teu inferno sem volta.

Fatal.

O Amante - Dalton Trevisan

- Estava no boteco da esquina. Um tipo faceiro me perguntou: Você é o José? “Sou”. Tua mulher é a Joana? “Por que pergunta?” Sou amante dela.

- Barbina.

- Na hora pensei em acabar com o vagabundo. Guarda municipal, ando armado. Sorte que ele trazia uma criança pela mão. Desisti. Essa mulher na mesma hora saiu da minha vida. Nem sei se ainda existe.

- Nunca mais viu?

- Vi, sim. Uma vez. Fui descer do ônibus. Ela se bateu em mim. Me cuidou no olho, muito assustada. E sumiu no meio do povo. Parei e espiei pra trás – lá se foi, rebolando. Linda no vestidinho vermelho curto.

- ...

- Que desgracida, hein!

Ezequiel - Dalton Trevisan

Em Curitiba no ano de 1948 ou 49, não me lembro bem, João eu não sei se foi no ano de 1948 ou 49 que um homem veio lá em casa com desculpa de namorar minha tia. Ele se chamava Ezequiel, não sei qual é o sobrenome nem me interessa saber. Minha tia não o queria, era um homem feio, além disso sem profissão. Fiquei gostando dele porque levava um rádio e deixava-o lá em casa.
Certo dia, ele apareceu com um auto. Disse a meus pais que queria passear com meu irmãozinho. Meus pais deixaram. Eu fui na frente com ele, meu irmão atrás. Ele nos levou a uma rua deserta e parou a lata velha, é como dizem para certo tipo de carro. Ele pediu a meu irmão que se deitasse porque outro homem ia passar por ali. O outro homem não gostava de criança. Daí perguntou qual era meu nome, Joana eu disse, quantos aninhos você tem, oito anos eu disse, você quer uma boneca de cachinho, quero eu disse. Ele prometeu todas as bonecas de cachinho se eu não gritasse.
E isso repetiu-se algumas vezes. Uma tarde ele pediu a minha mãe para dar um passeio e ela deixou. Foi tudo mentira, me levou na casa onde morava. Me deixava na cama, dizia eu era a filhinha dele, chamada Rita igual minha tia. Como é teu nome, ele perguntava, Rita eu dizia. Na casa dele ia sempre de dia.
Eu lembro que nunca me beijou na boca. Certa vez foi no quarto. Não foi na cama e sim no guarda-roupa. Me arrumou em pé com a porta aberta, de maneira que fiquei da altura dele.
Mudamos para Antonina. Ele foi lá um ano depois. Numa tarde em que meu pai andava na rua. Estava só a mãe, meu irmão e eu. Conversou um pouco, minha mãe foi fazer café. Eu, meu irmão e ele ficamos na sala. Me pôs no colo, abriu um jornal, mandou que eu lesse. Bem o meu irmão ficou desconfiado dos movimentos que ele fez.
Papais foi embora para o mar. Minha tia casou com outro. O tal nunca mais foi lá em casa, não sei se morreu. O nome dele é Ezequiel.

Duzentos Ladrões

Há meio ano recebi de algumas pessoas queridas uma versão pocket de Danton Trevisan, chamada Duzentos Ladrões, em meio a uma porção de livros emprestados. Não lembro quais foram as recomendações, as indicações e a opinião de ambos, além do comentário que poderia ser uma leitura rápida. O semestre letivo passou e hoje eu o peguei da estante. Junto dele trouxe para o quarto A Sociedade do Anel e A Brincadeira que estão fazendo companhia para uma coleção de livros “para ser lidos com tempo”.

Comecei a leitura sem nenhuma leitura prévia sobre o autor, a forma como escreve, o gênero literário ou o tempo da escrita. Foi surpreendente. Diferente do que estou acostumada. Tratam-se de pequenos...não sei se pode se dar essa classificação...Mas vamos dizer que sim, então, são pequenos contos que chamaram minha atenção e lembraram o absurdo do existencialismo de Camus. Além disso, há uma pontuação, um uso ou falta de vírgulas, não sei, que me confundiu um pouco, algumas vezes tive que reler pra ver se encontrava outro significado e, muitas dessas vezes, não o encontrei. Talvez por estar com O Senhor dos Anéis e A Brincadeira ao meu lado, deitados sobre a mesma cama, não via a hora de terminar aquela leitura que me mexia comigo de forma estranha. Lembrei de Barthes ao citar a diferença entre textos de prazer e de gozo. Certamente não estava sendo um texto de prazer, seria de gozo?

Para cada um dos textos eu tinha algumas observações, geralmente negativas - se o autor pudesse me ouvir, mas nenhuma comparada à repulsão que me invadiu ao ler Ezequiel. Há pouco tempo a Secretaria de Saúde de Chapecó criou o Comitê Contra Violência Infantil, eu escuto os comentários sobre as formas de violência sexual, como ocorrem, por quem são provocadas, e sempre tenho mais certeza de que eu não suportaria fazer parte deste comitê e precisar ouvir maiores detalhes. Ezequiel poderia bem ser um relato de uma das meninas. Comentários que eu não gostaria de ouvir de nenhuma criança. Parei de ler, respirei um pouco e pulei algumas páginas.

Fui para O Amante e pensei: “Quem falaria uma coisa dessas?” No fim de tudo, depois de voltar e ler outros textos da metade do livro descobri que, definitivamente era mesmo uma leitura rápida, mas que Craquinho não poderia nem mesmo ser usada nas aulas do Proerd e que Querida mostra como tantas vezes nós mulheres somos idiotas com os homens e como os homens tentam surpreender-nos sem pensar nas conseqüências, mas que agora estou voltando a viver. Hoje eu li o primeiro livro sem ter que fazer análise ou qualquer coisa do gênero. Hoje eu li o primeiro livro, acho que no ano, sem que precisasse ler. É, voltei a viver hoje, certamente. Agora vou ver o que Kundera e Tolkien têm pra me dizer.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Acidentes de trânsito: podemos evitá-los?



Não gosto de falar em tragédia, mas algumas coisas que acontecem me chocam um pouco.
Hoje quando meu namorado chegou em casa às 11h20 comentou que a rua próximo à padaria Dona Ana estava interditada e, por isso, teve que contornar. Ele comentou que não estava sabendo de nenhuma simulação, então devia ser um acidente com morte.
Quando ouvi isso não dei muita atenção, pensei ser um acidente qualquer e nem considerei que, por ele ser policial, sabe as diferenças de procedimentos em cada caso.
Quando cheguei ao serviço um de meus colegas perguntou se eu vi a morte do motociclista próximo de casa. E eu disse que tinha ouvido alguma coisa. Meus colegas sempre estão me alertando sobre o perigo de andar de moto e essa pergunta foi meio que um "tá vendo? tome cuidado!" Logo chegou outra colega e comentou que deu um acidente de trabalho com um policial, com morte. Nessa hora eu já sabia que era um policial motociclista que havia morrido. Então chegou meu outro colega e perguntou, com toda cautela, se o Everton trabalha com moto. Eu respondi que sim, mas que não era ele quem se envolveu no acidente perto de casa.
Pareceu até engraçado, mas as coincidências me chocaram. Policial, com moto, próximo da minha casa...nossa! Podia mesmo ter sido o Everton! Podia ter sido eu também, mas então eu não me importaria muito.
Ainda não entendi exatamente o que aconteceu, minha hipótese foi derrubada quando vi as fotos, mas o certo é que natural não foi. Certamente há pessoas chorando hoje em consequência do erro de alguém, de quem, pouco importa. O importante é que as pessoas não têm consciência de que veículo automotivo é uma arma fatal nas nossas mãos se não soubermos usar.
Eu sou motorista de carro e moto, sou ciclista (inclusive hoje mesmo fui trabalhar de bike, por isso não passei pelo acidente, uso um percurso menos movimentado) e pedestre. Percebo diariamente a falta de responsabilidade dos usuários de trânsito. Nem só de um, nem só de outro. A irresponsabilidade é de todo mundo. Como dizia meu professor de auto-escola, "motociclista (e eu acrescento pedestre) não têm preferencial. Acho que isso serve pra todos, inclusive carros, caminhões, ônibus. É a direção defensiva que tanto se fala. O segredo é evitar acidentes, sempre.
Não estou dizendo que eu sou perfeita no trânsito, que não cometo nenhuma infração, que nunca faço "barbeiragens", o que quero dizer é que todos somos responsáveis por tudo que nos envolve. Primeiro que não há porque andar rápido dentro da cidade. Se você sabe mesmo dirigir vai saber distinguir a velocidade necessária numa rodovia rural pavimentada de uma urbana. O que dificilmente se percebe nos comportamentos, infelizmente, mas eu tenho esperanças que um dia possamos nos convencer disso. Há pesquisas que mostram que aumentar a velocidade não faz tanta diferença assim no tempo gasto, especialmente dentro da cidade. Faz diferença é no bolso e em algumas vidas.
Não faz muito eu estava na faixa da direita, em torno de 40 km/h, quando um motociclista nervosinho (cara-de-pau!) teve a capacidade de me ultrapassar pela direita (sim, eu estava na faixa da direita e ele me ultrapassou pela minha direita!) reclamando por eu estar devagar. Eu até olhei o velocímetro pra ter certeza e quase não acreditei. Ele não me ultrapassou pela esquerda porque tinha outro carro naquela pista. Não bastasse isso, o idiota foi alcançado por mim logo em seguida, pois teve que parar num sinal.
São essas atitudes que resultam em acidentes graves, mas evitáveis. E a responsabilidade é nossa, de todos.
Deixemos os acidentes serem somente acidentes mesmo, daqueles que não poderiam ter sido evitados e que serão poucos.




As informações sobre o acidente que comentei podem ser lidas em http://www.clauderioaugusto.com.br/, mas que também segue abaixo:

Hoje por volta de 11 horas da manhã aconteceu um acidente com vítima fatal na rótula das ruas Sete de Setembro com Índio Condá no bairro Presidente Médice. Foram envolvidos moto da PMSC e caminhão de ração. Após a colisão o rodado do caminhão passou sobre a cabeça do policial militar Marcos Alexandre de Almeida Bueno, 27 anos, da última escola, formado há 30 dias, que há 20 escolheu atuar no Pelotão de Motos, morreu no local. O Corpo de Bombeiros de Chapecó esteve no local, mas como a vítima já estava em óbito, foi feito isolamento do local pela PM para que o IGP da Secretaria de Segurança Pública fizesse o levantamento. Após, o corpo foi encaminhado ao IML para depois ser liberado para familiares, para funerais e sepultamento. O policial, soldado Almeida, com outros dois colegas, todos com motos, faziam serviço de patrulhamento no bairro quando ocorreu o acidente. Segundo alguns populares, que viram o acidente, o PM ao se aproximar da rótula, freou, perdeu o equilíbrio e caiu. O caminhão passou com o rodado por cima de sua cabeça. O condutor do caminhão, Alcides João Molozzi, 65 anos, foi conduzido para a Delegacia de Policia. Após prestar depoimento ele foi liberado.
Peritos do Instituto Geral de Perícia (IGP) fizeram o levantamento do acidente.

O corpo do soldado foi transladado para Francisco Beltrão no Paraná. O enterro está marcado para sábado de manhã.


Algumas coisas merecem ser postadas e guardadas para sempre, como esse curta-metragem do José Agripino sobre Poliamor.

A sinopse: "Numa sociedade onde predominam valores afetivos monogâmicos, algumas pessoas optam por um arranjo de relacionamento que está se tornando conhecido com Poliamor."

A falta de conhecimento das pessoas sobre o que é Poliamor é algo que me incomoda bastante, quando se fala na palavra, quem ouve tende a pensar e comentar algo que insinua qualquer coisa, menos Poliamor. Sempre sai um comentário bobinho como "hummm..tá tudo liberado então!" ou, ainda pior, se é homem já acha que pode tudo com a mulher que comentou ser poliamorista.
Mas eu pergunto: "Peraí! Eu me considerar livre para ter outros relacionamentos não significa que eu vou fazer isso a todo momento! Eu já fui solteira (durante 19 anos) e nunca tive vários relacionamentos por isso, porquê teria agora?

Engraçado como eu estou achando qualquer coisa que eu fale idiota depois de assistir esse curta.

Repórter perguntou pra uma das entrevistadas: "Como dá tempo de dar atenção a todas elas?"
E ela: "Como vc conseguiu dar atenção ao teu pai e tua mãe durante toda tua vida?"


Obrigada pela dica, Rodrigo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Etapa do Estadual de Vôlei em Chapecó

Desde quinta-feira, 08/09, Chapecó está recebendo a segunda etapa do Estadual de Vôlei Masculino.

Na primeira etapa, realizada em Blumenau, Chapecó ficou com o segundo lugar. A melhor equipe das duas etapas estará automaticamente classificada para a final contra o time da Cimed/Florianópolis, que será realizada em outubro. Na final, serão três jogos: um em Florianópolis e outro na casa do adversário. Se houver necessidade do terceiro jogo, será novamente em Florianópolis.



O técnico da equipe de Chapecó, Nilson Rex, está confiante. “Na primeira rodada, ficamos em segundo. Como iremos jogar em casa, temos grandes chances de faturar o primeiro lugar. Por isso, é muito importante a participação do público, para prestigiar o evento e incentivar a nossa equipe”, convida.



A equipe APROV conta com apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Esporte e Lazer, e Unoesc.


Com certeza estarei assistindo amanhã (e torcendo pra que ninguém se machuque...heheheh)

6º Dança Chapecó vai reunir mais de 40 grupos do Sul do país

partir do próximo dia 14 (quarta-feira), Chapecó será palco de um dos maiores eventos artístico-culturais do Estado: a 6ª Edição do Dança Chapecó. O Festival vai reunir durante quatro dias, mais de 800 bailarinos e coreógrafos de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. O evento será realizado no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, e além das tradicionais apresentações, contará ainda com oficinas de capacitação e a Feira da Dança.



Os espetáculos vão iniciar todas as noites às 19h. Até agora 44 grupos das categorias do infantil ao adulto, já efetuaram inscrições e vão concorrer em diversos ritmos: balé clássico e livre; contemporâneo; jazz, street dance e danças folclóricas e populares. As premiações somam R$ 8 mil reais e vão contemplar o melhor grupo, melhor bailarino, melhor bailarina, melhor coreografia e bailarino (a) revelação. Os demais participantes também vão receber troféu e medalhas.

Fonte: http://www.chapeco.sc.gov.br/noticias/1842-6-danca-chapeco-vai-reunir-mais-de-40-grupos-do-sul-do-pais.html

Projeto FitoChapecó é referência para o Sul do país

O município de Chapecó, recebeu nesta semana a visita de 30 profissionais da área da saúde de seis cidades do Estado do Rio Grande do Sul, que vieram conhecer o Projeto FitoChapecó, desenvolvido pela Secretaria e Saúde, em parceria com a Unochapecó.



O Programa disponibiliza aos usuários do SUS do município, através da Farmácia Escola, drogas vegetais na forma de chás, como: alcachofra, camomila, melissa, malva, sene e erva-doce. Os medicamentos estão disponíveis nos Centros de Saúde Norte, Sul, Efapi e Quedas do Palmital. Além disso, o projeto vai disponibilizar, em breve, manipulados fitoterápicos como: pomada de confrei (cicatrizante), xarope de guaco (expectorante), pomada de calendula (antiinflamatório e cicatrizante), cápsulas de espinheira santa (funções gastrointestinais) e cápsulas de hipericum (depressão leve e moderada).



Durante a visita, os profissionais demonstraram interesse no modelo implantado e desenvolvido pela Administração Municipal. “Eles se interessaram no modelo que adotamos, a parceria entre as instituições, e conhecer o projeto como um todo que beneficia os usuários do SUS”, destaca o Secretário de Saúde de Chapecó, Américo do Nascimento Junior.

Fonte: http://www.chapeco.sc.gov.br/noticias/1840-projeto-fitochapeco-e-referencia-para-o-sul-do-pais.html

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Barão de Itararé

Ele se chamava Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly. Um nome pomposo para alguém que havia nascido numa carroça, em Rio Grande, interior do Rio Grande do Sul, filho de uma índia charrua. O próprio Torelly contou, bem humorado: "Viajava com minha mãe numa diligência quando uma roda teve o aro quebrado. Com todo aquele barulho, nada mais natural que eu me apressasse a sair para ver o que se passava". Era 29 de janeiro do ano da graça de 1895.

A triste infância de Torelly, decerto, não anunciava o humorista talentoso que faria rir gerações de brasileiros. Logo cedo perdeu a mãe. O pai era um homem truculento e de poucas palavras. Aos nove anos foi internado num colégio dirigido por austeros jesuítas alemães. Apesar do ambiente repressivo, aos 14 anos elaborou seu primeiro jornalzinho manuscrito, o Capim Seco, no qual já começava a revelar sua veia humorística.

Terminado o colégio, à contra-gosto, foi cursar medicina em Porto Alegre, que acabou abandonando no 4ª ano. Contam que numa prova oral, um dos professores perguntou-lhe "Conhece esse osso?", ele disse ainda não e apertou-lhe dizendo: "Muito prazer em conhecê-lo".

Neste período publicou poemas e artigos em diversas revistas e passou a se dedicar exclusivamente ao jornalismo. Fundou inúmeros e efêmeros jornais entre elas O Chico, dedicado ao humor. Casou-se pela primeira vez com Alzira Alves com quem teve três filhos.

Por indicações médicas, em 1925, partiu para o Rio de Janeiro. Ali procurou a redação de O Globo. "O que o sr. veio fazer?", perguntou-lhe Irineu Marinho. Para o qual respondeu irônico: "Tudo, de varrer a redação a dirigir o jornal. Creio não haver muita diferença". Foi imediatamente contratado. Depois de alguns meses se transferiu para A manhã, no qual passou a publicar uma coluna humorística diária intitulada “A manhã tem mais ...”. Mas, o sonho de Apparício era ter o seu próprio jornal. Em menos de um ano deixou A Manhã para fundar outro periódico intitulado ironicamente A Manha – um órgão de ataque ... de risos. Este vem ao mundo no dia 13 de maio de 1926 – uma forma encontrada de homenagear a abolição da escravidão e a sua própria.

O jornal foi um sucesso e transformou-se numa referência do novo humorismo jornalístico. Ele utilizou, pela primeira vez, da fotomontagem para ridicularizar os governantes de plantão e as elites brasileiras. Apesar da boa repercussão inicial, a situação financeira se agravou rapidamente. Entre os anos de 1929 e 1930 teve que circular como encarte do jornal Diário da Noite, pertencente a Assis Chateaubriand. Naquela conjuntura de crise política, colocou-se então ao lado dos revoltosos da Aliança Liberal, encabeçada por Vargas.

Em homenagem àquela que deveria ter sido, e nunca foi, a maior batalha da “Revolução de 1930” se auto-intitulou Duque de Itararé. Mais tarde, dando prova de extrema modéstia, rebaixou seu título para Barão de Itararé. Nesta região de São Paulo havia se concentrado o grosso das tropas legalistas que deveria deter as forças revolucionárias que vinham do sul. Mas, os generais acabaram destituindo o presidente Washington Luís e não houve batalha alguma. As tropas comandadas Vargas simplesmente contornaram as de São Paulo e seguiram triunfante ao Rio de Janeiro, onde amarraram seus cavalos no Obelisco.

Porém, o namoro com o novo regime durou pouco. Logo Aporelly – agora Barão de Itararé – voltou a suas baterias contra o governo revolucionário de Vargas. Gostava, por exemplo, de chamar o poderoso general Góes Monteiro de general Gás Morteiro. Trocadilhos como estes lhe custou a primeira prisão, ainda em 1932.

No final de 1934 fundou o Jornal do Povo – publicação antifascista e com forte influência comunista. Durou apenas 10 dias e foi o centro de um escândalo político. Na suas páginas o Barão publicou uma série de artigos sobre a vida de João Cândido, o Almirante negro que comandou a revolta dos marinheiros em 1910. Isto foi encarado como uma afronta a Marinha de Guerra brasileira.

A sede do jornal foi invadida, o Barão seqüestrado, violentamente espancado e teve seus cabelos cortados por oficiais daquela arma. Isto acarretou protestos por todo o país, inclusive na Câmara dos Deputados. Os agressores jamais foram punidos. Sem perder o humor, o Barão achou aconselhável mudar a tabuleta na entrada de seu escritório. A nova inscrição dizia simplesmente: “entre sem bater!”.

A principal vítima do Barão era os integralistas de Plínio Salgado. Gostava de dizer que, acidentalmente, quase entrou para as hostes dos “camisas verdes”, quando ouviu um deles gritando “Deus, Pátria e Família”, pois havia entendido: “Adeus pátria e família”. Ele era um inimigo do militarismo e do belicismo tão em voga naqueles anos turbulentos, que já anunciavam uma segunda guerra mundial. Gostava de dizer: “Como se chama o assassinato de uma criancinha? Infanticídio. E o assassinato de uma porção de criancinhas? Infantaria”.

Ao lado do perigo de uma guerra iminente, crescia a ameaça do domínio planetário do nazi-fascismo. Por isso mesmo o Barão foi um ativo organizador e militante da Aliança Nacional Libertadora. Após o levante armado, comandado por Prestes, ocorrido em novembro de 1935, foi preso novamente e ficou encarcerado até o final de 1936. Primeiro no navio-presídio Dom Pedro I e depois na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, ao lado de nomes como Graciliano Ramos. No Dom Pedro I deixou crescer uma barba a la Dom Pedro II. Esta passaria a ser uma das marcas registradas do Barão.

Dizem que quando o juiz federal lhe perguntou por qual motivo acreditava ter sido preso, ele afirmou que, possivelmente, teria sido graças ao cafezinho. Diante do juiz perplexo explicou: sua falecida mãezinha o havia avisado para tomar cuidado com o excesso de café. Justamente naquele dia ele havia parado num bar e tomado oito xícaras e, assim, a polícia conseguiu prendê-lo. O Barão era um daqueles que perdia um amigo (e a liberdade), mas não perdia uma boa piada.

No seu livro Memórias do Cárcere, o mestre alagoano, descreveu o convívio com o velho Barão. Sempre alegre, buscando animar seus companheiros de infortúnio e aparentando um otimismo a toda prova. Mas, nesta mesma obra, podemos notar a amargura sentida por este homem nas noites sombrias da prisão, que mais parecia um campo de concentração. Talvez para ele, mais do que para qualquer outro, a cárcere tenha sido uma experiência atroz. O sentimento de desolação era aumentado pela morte de sua segunda esposa, ocorrida enquanto estava preso, e pela preocupação com seus filhos que estavam entregues a um amigo pouco confiável.

O Barão foi solto em dezembro de 1936 e, imediatamente, reorganizou A manha. Novamente ela se transformou numa trincheira na luta contra o fascismo e seus representantes no país. O golpe do Estado Novo, em dezembro de 1937, impediu a continuação de um jornal tão irreverente. O Barão teve que buscar outro “ganha pão” e foi trabalhar no Diário de Notícias, no qual ficaria por cerca de seis anos. A repressão política continuava seguindo seus passos. Em janeiro de 1939 voltou a fazer uma breve visita à carceragem da polícia política de Vargas. Em 1940 perdeu a sua segunda esposa num parto mal sucedido. Menos de quatro anos depois morreu uma das filhas de seu primeiro casamento, vítima de complicações pós-operatórias. Nuvens sombrias encobriam a vida do humorista.

Incansável, em 1945 encabeçou abaixo-assinado exigindo liberdades democráticas. No mesmo ano voltou a editar A Manha. O clima político marcado pela democratização do país era amplamente favorável a uma publicação daquele tipo. Entrou de cabeça na campanha eleitoral do Partido Comunista do Brasil. A vitória do PCB, que elegeu 14 deputados federais e um senador, encheu-o de alegria.

No início de 1947 seria ele próprio candidato a uma cadeira na Câmara Municipal do Distrito Federal. A cidade vivia uma constante falta de água e nas padarias os proprietários adicionavam água no leite, burlando a lei e prejudicando os pobres fregueses. Por isso, decidiu que seu lema de campanha seria “mais leite, mais água e menos água no leite”. Foi eleito vereador pela chapa comunista e passou a compor a maior bancada do legislativo municipal. Afirmou Prestes: “o Barão com seu espírito não só fez a Câmara rir, como as lavadeiras e os trabalhadores. As favelas suspendiam as novelas para ouvir as sessões da Câmara que eram transmitidas pelo rádio”.

Naqueles dias memoráveis, quando circulava pelos corredores do Senado, encontrou o ex-ditador, Getúlio Vargas. Este, sorridente, se dirigindo a ele exclamou: “Até tu, Barão?”, E ele, sem pestanejar, respondeu irônico: “Tubarão é o senhor, eu sou apenas o Barão de Itararé”. Por outro lado, a oposição liberal-conservadora criticava a constante mudança de posição dos comunistas em relação a Vargas. Sem perder a compostura respondeu aos críticos: “Não é triste mudar de idéias; triste é não ter idéias para mudar”.

O registro do PCB foi cancelado em maio de 1947 e, em janeiro de 1948, os parlamentares comunistas foram cassados. Entre as vítimas deste ato arbitrário estava o Barão. Ele afirmou solene: “saio da vida pública para entrar na privada”. Neste mesmo ano, devido à repressão política e a crise financeira, A Manha deixou de circular. A situação ficou feia para o seu lado. “Devo tanto que, seu chamar alguém de ‘meu bem’ o banco toma”, escreveu.

Na pendura, se uniu ao cartunista Guevara e lançou o Almanhaque – ou Almanaque d’A Manha. O sucesso levou-o e reorganizar o jornal desta vez na capital paulista. Mas, a alegria durou pouco e em 1952 deixou de circular definitivamente. O fim de A manha não significou o fim da carreira do velho Barão. Ele passou a colaborar com o jornal A Última Hora e lançou ainda dois Almanhaques em 1955. Diante da crise que ameaçava derrubar Getúlio em 1954 lançou a frase que fez carreira entre os comentaristas políticos: “Há qualquer coisa no ar, além dos aviões de carreira”.

Em 1955 casou-se pela quarta vez. Pouco depois ocorreu uma nova tragédia. Sua esposa se suicidou. A morte parecia acompanhá-lo, buscando retirar dele toda a alegria. Já cansado e doente voltou para o Rio de Janeiro. Sua última velhice passou sozinho e doente num pequeno apartamento. Estava pobre e quase esquecido. Dedicava-se aos estudos matemáticos e a numerologia. Parecia que tinha dificuldades a se adaptar as rápidas transformações pelas quais passava seu país. Seus olhos, possivelmente, viam com tristeza a constituição uma modernidade capitalista associada à miséria e ao autoritarismo. Vivíamos o auge ditadura militar. A boca pequena se dizia que ele enlouquecia dia-a-dia.

Mais do que nunca uma de suas máximas favoritas traduziria seus sentimentos mais profundos e a trágica situação em vivíamos: “Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato”. No dia 27 de novembro de 1971 falecia o Barão de Itararé. Uma amiga afirmou: “Morreu sozinho para que não sofressem por ele”. Poucas pessoas compareceram ao seu enterro e um jornalista apressado afirmou, sem graça, que os tempos do velho Barão já haviam passado. Será mesmo? Eu, ao contrário, diria que talvez os tempos do velho Barão ainda não tenham chegado.

Escreveu ele: “Nunca desista de seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra”. É isso aí, Torelly. As padarias do mundo ainda parecem infinitas.


Retirado de http://www.espacoacademico.com.br/045/45cbuonicore.htm


Quem é quem?

Eu acho graça de pessoas que subestimam outras. Um bom exemplo disso é essa anedota contada sobre o tempo em que o barão de Itararé (que, na verdade, nunca foi Barão) frequentou o curso de medicina. Como em todos os lugares há sempre alguém querendo mostrar o quanto sabe mais que os outros e, especialmente, o quanto os outros são "ignorantes, no curso não poderia ter sido diferente. Portanto...divirtam-se!

Esta anécdota la protagonizó un hombre muy diferente, el humorista, periodista, político, senador y sobre todo un gran humanista brasileño, Aparicio Torelly Aporelly, más conocido en su patria como El Barón de Itararé, fallecido hace ya varias décadas, cuando joven, este Barón de Itararé, cometió el error de estudiar medicina, por complacer a su familia.Pero esos estudios terminaron cuando ocurrió lo siguiente, lo cual es absolutamente cierto.Un día un profesor que lo detestaba por sus bromas, le preguntó:Torelly, ¿cuántos riñones tenemos?Aparicio le respondió con una sonrisa: Cuatro!¿Cuatro? Dijo incrédulo el profesor. Y para saborear su victoria le dice a su ayudante: Traiga pasto, porque tenemos un burro en la sala de clases.Pero el insolente alumno tampoco se quedó callado: Y a mí que me traiga un café.El catedrático, furioso, lo expulsó del aula para siempre. Aparicio Torelly, agarró sus libros sin enojarse y cuando ya iba para afuera se dio vuelta y con su eterna sonrisa dijo bien fuerte:“Usted me preguntó cuántos riñones tenemos. Tenemos es la primera persona plural del verbo tener. Y nosotros tenemos cuatro riñones, dos usted y dos yo. Hasta luego, que le aproveche el zacate.”Aunque el barón de Itararé se dio cuenta a tiempo que la medicina no era para él, se fue dejando en claro que para triunfar en la vida no basta con ser experto en un tema, también hay que saber expresarse con corrección.

Foz do Chapeco no Discovery Channel



Eu queria saber como a educação aproveitou e está aproveitando a oportunidade de estar construindo um UHE em Águas de Chapecó...será que os alunos puderam aprender a importância da matemática, da física, da biologia...em campo?

Eu amo Chapecó!




domingo, 28 de agosto de 2011

Vídeos que mais me impressionaram

Uma amiga postou um vídeo no youtube que me fez pensar em quais foram os vídeos que mais me impressionaram durante meus poucos dias de vida.
Então decidi compartilhar porque pode ter alguém que curta vê-los também.

Não existe uma ordem, ou talvez exista, não sei. Mas aqui está "A história das coisas"






Aqui "A ilha das flores"


E aqui " Dancem macacos, dancem"


Espero que seja útil.

"Ler devia ser proibido"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Eu acho tão irônico que as pessoas me digam para ter "cuidado com o que os outros irão pensar"... Será que isso quer dizer que são só os outros que pensam sobre mim? E eu? Não penso sobre os outros também?

Na verdade, eu dificilmente penso coisas ruins, a não ser que eu esteja num "dia ruim", por isso concluo que o que pensamos sobre os outros diz muito sobre nós mesmos.
Eu sou bem curiosa, então geralmente eu me interesso em saber como as pessoas são, mas nem sempre tenho energia pra isso.

:P

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Benefícios em comer amêndoas, nozes e castanhas

Ontem (domingo) fiquei pensando em algo que ouvi...
Eu adoro comer amêndoas e nozes, procuro sempre ter em casa (apesar que acaba rápido, já que somos uns comilões), mas ontem eu ofereci pra alguns amigos aqui em casa e me disseram que não iriam comer porque já estava tarde da noite e esse alimento faria com que eles engordassem. Pensei "Nossa! Será? Eu, geralmente, identifico aquilo que engorda porque faz com que me sinta mal, mas adoro comer isso...será que engorda?"
Como meus amigos disseram já estava tarde mesmo, eu não iria procurar informações sobre isso. Esqueci do assunto até que cheguei em casa agora, da academia, cansada pra caramba e enjoada pra comer qualquer coisa...menos amêndoas, que sempre vão bem!
Sentei com meu potinho báááásico de amêndoas no colo, liguei o laptop e corri pro Google. Então comi mais ainda: elas fazem é muito bem pra saúde! Com uma porção de benefícios, inclusive ajudam a emagrecer já que fazem parte das gorduras monoinsaturadas, que ajudam a manter o açucar no sangue (evitam colesterol, protegem o coração de quem come) e ativam o metabolismo, além de saciar a fome com poucas unidades. Elas também mantém o nível de insulina, têm Vitamina E e antioxidantes (evitam rugas e diminuem os efeitos da exposição ao sol) e ainda contém cálcio, que eu tanto preciso. Ah! E têm muitas proteínas!

Ou seja, graças ao comentário dos meus amigos, eu nunca mais vou ficar sem comer amêndoas e nozes deliciosas por tanto tempo! Fica garantido que sempre terá aqui em casa.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Correntes do Facebook - Minha vida segundo Beatles

Essa foi uma das mais difíceis de completar. A proposta é que respondamos algumas perguntas com nomes de músicas de um único artista (cantor solo ou banda), e essa já foi meu primeiro obstáculo: Beatles, Engenheiros ou Nando Reis?
Beatles é minha paixão, mas é um pouco tradicional...
Engenheiros tem muitos nomes de músicas sensacionais, que dizem tudo só pelo nome, pra cada pergunta eu coloquei umas 5 ou 6 respostas...
Nando Reis eu descartei porque ele tem um significado pra mim que estou querendo esquecer...


Então, acabei fazendo dos dois: Beatles e Engenheiros do Hawaii, principalmente porque um é em inglês e outro em português. Aqui está a lista do Beatles, com as músicas pra quem quer se divertir um pouco mais.

Você é um homem ou mulher: Lucy in the Sky with Diamond

http://www.youtube.com/watch?v=A7F2X3rSSCU


Descreva-se: Tell me why

http://www.youtube.com/watch?v=UdJxn5nNVJE


Descreva o local onde você vive atualmente: In my life

http://www.youtube.com/watch?v=suuU3mliNo8


Se você pudesse ir a qualquer lugar, onde você iria: Across the Universe

http://www.youtube.com/watch?v=cAe1lVDbLf0&feature=fvwrel

(Esse não é o clipe oficial e o cantor é péssimo, mas o clipe ficou lindo, muito bem produzido e com a atriz lindinha do filme que tem Lucy in the Sky with Diamond)


Sua forma de transporte preferido: Flying

http://www.youtube.com/watch?v=14flwvMjyAQ


Você e seu melhor amigo são: All my Loving

http://www.youtube.com/watch?v=U2q3-a147SM&feature=fvst


Hora do dia favorita: Here comes the sun

http://www.youtube.com/watch?v=DOCU0lKF6b8&feature=related


Se sua vida foi um programa de TV, como seria chamado? Every little thing

http://www.youtube.com/watch?v=RWe543eWAR8


O que é vida para você: 8 days a week

http://www.youtube.com/watch?v=Vs5qsk0pc6Y


Você sorri: Happiness is a warm gun

http://www.youtube.com/watch?v=qE2Vdcv9Q_o


Você chora: Don`t Let me down

http://www.youtube.com/watch?v=qR-SlkUgCRg&feature=related


Seu relacionamento atual: All you need is love

http://www.youtube.com/watch?v=r4p8qxGbpOk&feature=related


Seu medo: Money

http://www.youtube.com/watch?v=w_pSCCzuU4Y

Qual é o melhor conselho que você tem que dar: Let it be

http://www.youtube.com/watch?v=ZtkL8T8eH5o&playnext=1&list=PL8B6915609CAD8EEB


Pensamento do Dia: We can work it out?

http://www.youtube.com/watch?v=eN-Ee7uXKYo


Meu Lema: Live and Let Die

http://www.youtube.com/watch?v=RjeHM3jQOYQ&feature=related

Justificando a ausência - a pedidos

Pois bem, algumas pessoas me perguntaram porque parei de postar aqui. Não é que eu parei, só estou me recuperando..hehehe

Mudanças de paradigmas são necessárias, como diz Thomas Kuhn.

Acontece que eu tenho percebido há algum tempo que todo mundo tem algo pra falar, todos acham que têm razão no que pensam e falam (e que bom, porque seria estranho uma pessoa defender uma ideia que considerasse errada), mas ninguém pára pra ouvir de verdade.
Eu descobri, principalmente, que eu não tenho muita coisa pra falar, pra não dizer nada, e mesmo assim sempre estou falando...e isso é muito estranho. Mais estranho ainda se eu parar pra pensar pra quem estou falando. Claro, no fim, quando escrevemo,s estamos falando pra nós mesmos e isso é bom, muito bom, mas quem mais quer saber? Quem se importa?

E não estou bancando a vítima, é a plena realidade, apesar de eu ter bons e fiéis amigos que se importam comigo.

Não me sinto uma semi-deusa como muitos se sentem, nem a dona da verdade, nem melhor que ninguém, nem...nada! Eu sinto que quero ser feliz, e só. Sinto que sou egoísta, que tudo que faço é pensando em mim mesma. Se trato alguém bem é porque quero ser bem tratada, se estudo é porque quero saber algo, se me esforço no trabalho é porque quero permanecer ali, se jogo poker é porque quero ganhar mais dinheiro, se ouço músicas é porque é divertido, se faço academia é porque quero me sentir melhor....enfim...tantas coisas, tantos motivos.

Sem contar que eu continuo igual a todo mundo: diferente.
Eu acredito em coisas que a maioria não acredita, então eu não quero mais ficar expondo isso pra quem vai ouvir e depois me olhar com cara torta. E não quero dizer pra todo mundo que todo mundo tá errado por se sentir certo. E também não estou me sentindo mais inteligente que todo mundo porque digo que todos nós somos burros e não temos nada muito interessante pra falar, como já ouvi. Não quero precisar justificar tudo isso dizendo que ao dizer que ninguém é interessante quero dizer que todos são interessantes, mas de maneiras diferentes, e que quando digo que ninguém tem algo bom pra falar quero dizer que todos têm algo pra falar e que vale a pena ouvir, dependendo da circunstância.
Quero poder viver sem me justificar, sem que me questionem os porquês.

No fim, todos querem unica e exclusivamente ser feliz, mas cada um imagina um caminho diferente e todos fazem e farão trocas quando encontrar algo melhor.

E eu, nisso tudo, fico onde?

Eu só quero rir e me sentir bem.


Vou postar, então umas coisinhas que, talvez, sejam divertidas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gatinha sobrevive a ciclo de 1 h em lava-roupas

O Maurício Boniatti e suas contribuições...hehehehe



"Animal de oito semanas quase se afogou e sofreu com a ingestão de sabão, mas foi tratado e passa bem.
Da BBC

imprimir
Uma gatinha sobreviveu a um ciclo de uma hora dentro de uma máquina de lavar junto com a roupa suja.

Princess, uma gatinha de oito semanas que vive com a dona, Susan Gordon, na Escócia, foi levada para a emergência veterinária já à beira da morte, mas conseguiu escapar.

'Coloquei a roupas na máquina, pus o sabão, fechei a porta e liguei a máquina. Depois, dei as costas e fui assistir televisão', disse Susan.


28/07/2011 05h52 - Atualizado em 28/07/2011 07h28

Gatinha sobrevive a ciclo de 1 h em lava-roupas
Animal de oito semanas quase se afogou e sofreu com a ingestão de sabão, mas foi tratado e passa bem.
Da BBC

imprimir
Uma gatinha sobreviveu a um ciclo de uma hora dentro de uma máquina de lavar junto com a roupa suja.

Princess, uma gatinha de oito semanas que vive com a dona, Susan Gordon, na Escócia, foi levada para a emergência veterinária já à beira da morte, mas conseguiu escapar.

'Coloquei a roupas na máquina, pus o sabão, fechei a porta e liguei a máquina. Depois, dei as costas e fui assistir televisão', disse Susan.


A gatinha Princess (Foto: BBC)Uma hora mais tarde, quando o marido abriu a porta do eletrodoméstico para recolher a roupa limpa, encontrou o animalzinho desorientado e frágil.

'A pobrezinha estava tremendo muito. Peguei uma toalha e a enrolei', disse Susan. 'Fiquei com ela perto de mim. Ela estava se tremento muito, em estado de choque.'

Princess foi levada para o veterinário com hematomas, sangramento no nariz e olhos irritados pelo sabão. Ela ficou sob tratamento durante três dias.

Tratada, aquecida e recuperada, a gatinha está de volta à casa e goza de boa saúde.

'Agora eu sempre checo a máquina antes de colocar a roupa', disse a dona."

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/07/filhote-de-gata-sobrevive-a-ciclo-de-1h-em-lava-roupas.html





Eu conheço uma história bem parecida, pena o fim não ter sido o mesmo.
Minhas primas caxienses, aos 5 e 6 anos eram responsáveis por colocar a roupa pra lavar (na máquina), estender e dobrar pra que depois a mãe delas chegasse e passasse...
Bem, elas tinham um gato e ele estava um pouco sujo, decidiram colocá-lo pra lavar. Quando a mãe delas chegou em casa o gato estava pendurado pelas orelhas no varal. Não se sabe se ele morreu durante a lavagem ou depois, por asfixia, mas....morreu...
Tadinho!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Jô Soares entrevista Regina Navarro Lins 04/04/2011

A IGREJA DO DIABO - Machado de Assis

Capítulo I
De uma idéia mirífica
Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de
fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado
com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones,
sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e
obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja
do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.
— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra
breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas
e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a
minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se
dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero.
Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.
Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto
magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a idéia,
e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: —
Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias
do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.
Capítulo II
Entre Deus e o Diabo
Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que
engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-se logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada
com os olhos no Senhor.
— Que me queres tu? perguntou este.
— Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os
Faustos do século e dos séculos.
— Explica-te.
— Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro esse
bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam
com os mais divinos coros...
— Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura.
— Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito
que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar
uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha
desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e
completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de
dissimulação... Boa idéia, não vos parece?
— Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor.
— Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos
mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal
exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental.
— Vai.
— Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?
— Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da
tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja.
O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no
espírito, algum reparo picante no alforje de memória, qualquer coisa que, nesse breve
instante de eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:
— Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as
virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo
rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazêlas
todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura...
— Velho retórico! murmurou o Senhor.
— Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos pés, nos templos do mundo,
trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram
aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o
bigode do pecado. Vede o ardor, — a indiferença, ao menos, — com que esse cavalheiro
põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha, — ou sejam roupas ou botas,
ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que
me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de
irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda...
Vou a negócios mais altos...
Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram
no Senhor um olhar de súplica. Deus interrompeu o Diabo.
— Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie,
replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do
mundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto
gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os
sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele
fez?
— Já vos disse que não.
— Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio,
ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já
com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a
água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão?
— Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.
— Negas esta morte?
— Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos
outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los...
— Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai, vai, funda a tua igreja; chama todas as
virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai!
Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os
serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo
sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra.
Capítulo III
A boa nova aos homens
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula
beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e
extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus
discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava
que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e
desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
— Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos
soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza,
a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso.
Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro,
fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes,
congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo
passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de
negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras
cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as
naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a
avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe
era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero;
sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: "Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de
Peleu..." O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos
bons versos de Hissope; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de
Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de
lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela
virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares,
em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo
prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução
direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do
mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de
propriedades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio
talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes
de eloqüência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as
perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude.
Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos
homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era
exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não
fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. Um
casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade,
disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender
a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e
legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o
teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria
consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há
mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue
para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um
privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrado assim o
princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou
pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o
exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a
hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o
perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente
a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra
espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa,
e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração.
Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um
certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma
exceção foi logo eliminada, pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito
em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele.
Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a
solidariedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstáculo grave à nova
instituição. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de parasitas e negociantes
insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou
desprezo. Chegou mesmo à demonstração de que a noção de próximo era errada, e citava
esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das
marquesas do antigo regime: "Leve a breca o próximo! Não há próximo!" A única hipótese
em que ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias,
porque essa espécie de amor tinha a particularidade de não ser outra coisa mais do que o
amor do indivíduo a si mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação,
por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: —
Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não
cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo
foi incluído no livro da sabedoria.
Capítulo IV
Franjas e franjas
A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava
em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham
alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição.
A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a
conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou
brados de triunfo.
Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às
escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente,
mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer
frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos
avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário
restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o
coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam
embaçando os outros.
A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e
viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista
do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e, com o produto das drogas,
socorria os filhos das vítimas. No Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a
cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o
procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um drogomano; roubou-o,
com efeito, à vista do Diabo e foi dá-lo de presente a um muezim, que rezou por ele a Alá.
O manuscrito beneditino cita muitas outras descobertas extraordinárias, entre elas esta, que
desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês,
varão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuía uma bela casa na
campanha romana, telas, estátuas, biblioteca, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meterse
na cama para não confessar que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao jogo,
como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia
todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe
desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao
levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia que duvidar; o caso
era verdadeiro.
Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e
concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu,
trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus
ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou,
sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe:
— Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda,
como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição
humana.


Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000195.pdf

Quem sou eu? (ou breve histórico da humanida???)

((Resolvi transportar meu "Quem sou eu" do Orkut que durou até 07 de junho de 2010 porque aconteceu algo incrível: Percebi que ainda penso da mesma forma que pensava há um ano atrás! Isso é quase inédito na minha vida! Não faz muito tempo, mas é incrível que eu ainda pense assim...com mais algumas adiçoes que tenho preguiça de escrever. Mas esse blog é pra isso mesmo: me fazer pensar em quem sou eu. Entao tá valendo!))


O texto dizia:



Eu sou um adulto que esquece que cresceu, uma criança que não sabe o que quer ser quando crescer...


Mas, estudando um pouco de ciência, descobri que Galileu e Copernico nos colocaram num planeta que gira em torno do Sol em vez de sermos o centro do Universo com tudo girando em torno de nós como se imaginava. A Astronomia mostrou que somos algo insignificante diante de tudo que existe: nossa estrela é uma das bilhões de estrelas na Via Láctea, a qual é uma das bilhões de galáxias existentes. Somos apenas um dos seres imagináveis, insignificante, do Universo. E Darwin nos mostrou que apenas tivemos sorte de estar num planeta que possibilitou condições adequadas para a vida evoluir. Somos uma das manifestações atuais de vida, não vai ser para sempre, mas mesmo assim nos achamos no direito de nos considerar a espécie mais racional do planeta, senao do universo. Gastamos todos os recursos naturais existentes no ambiente em que vivemos, estamos nos auto-destruindo.
A cada dia geramos mais e mais lixo, consumimos incansavelmente tudo o que há para se consumir, nossos conceitos sobre as pessoas estão de mal a pior (consideramos melhor aqueles que conseguem consumir mais - com mais dinheiro - e escalamos pessoas mais ou menos importantes na sociedade conforme o cargo que elas exercem para ganhar dinheiro - "ahh, o Sr. é médico? juiz? tem uma mesa reservada para o Sr..."). Vivemos para trabalhar e não trabalhamos para viver, como pensamos, nossa vida gira em torno do dinheiro, mas quando finalmente o temos não conseguimos gastar para nos divertir, não conseguimos usá-lo para aproveitar com nossas famílias e/ou amigos, pois o pouco que temos queremos fazer “novos investimentos”, em roupas para nos sentirmos melhor, em melhores carros, melhores casas, melhores....só o que não melhora é a nossa mentalidade...
Diante disso, e de muito mais que tenho a dizer, sou uma pessoa isolada, prefiro ficar em casa, sonhando num novo amanhã...contradição??? Bem, é a eterna contradição humana...nao leu ainda? É Machado de Assis, e é sobre isso que estou falando: lemos pouco, por isso temos pouca informação, acreditamos muito no que as pessoas nos dizem, principalmente a mídia, falamos abobrinhas o tempo todo...ah! Sinceramente, estou cansada disso!
Sabemos pouco ou quase nada sobre as leis que regem nosso mundo, sobre nosso corpo, sobre leis da natureza...sobre nós mesmos.
Como buscamos felicidade? Nos vestindo melhor, comprando um carro e uma casa boa, lançamentos de celulares, computadores, video-games...consumindo!
Entao, vamos ver no que vai dar isso, talvez um dia alguém viva nesse planeta e diga o que dizemos dos dinossauros... "eles viveram aqui, mas não se sabe ao certo o que aconteceu para que fossem extintos, talvez uma grande colisão do planeta, talvez grande aquecimento ou resfriamento, talvez uma onda gigante (tsunami lembra isso) ou talvez eles tenham gastado todos os recursos naturais até que ninguem mais conseguiu sobreviver..."


ai e eu ODEIO TANTO A HUMANIDADE...odeio pessoas exibidas, arrogantes, extremistas....

ahh mas EU ADORO TANTO A HUMANIDADE...adoro pessoas reias, pessoas que admitem quem sao, extrovertidas (sinceras), silenciosas, crianças, aprendizes de ser humano melhor... (mais animal)

é a eterna contradição humana! nao tem jeito!

sábado, 18 de junho de 2011

Festa da Linguiça - 16 de julho

A JCI Chapecó está preparando uma das maiores festas gastronômicas de Chapecó a 18ª WURSTFEST - Festa da Linguiça.


16 de Julho no Centro de Cultura e Eventos em Chapecó/SC.

Você não pode ficar de fora.

Jantar e Baile. Mesas para 8 pessoas a R$ 240,00 (R$ 30,00 por pessoa).

Confira o delicioso cardápio elaborado especialmente a base de linguiças:
- Linguiça Almeã Branca

- Linguiça Bock
- Linguiça Spritzwurst
- Linguiça de Cordeior
- Linguiça de Frango
- Linguiça Defumada Fininnha
- Liguiça Calabresa Acebolada
- Liguiça Toscana à Mineira
- Lasanha de Linguiça
- Penne à Calabresa
- Arroz à Camperia
- Batata Soutê
- Molhos Golf, Mostarda e Catchup
- Farofas Apti
- Cuca Alemã e Pão
- Chucrute e Repolho Roxo
- Saladas e Frutas

Baile com a Orquestra Continental de Itapiranga/SC.

Mesas Limitadas. Garanta já a sua.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

SHOW GURI DE URUGUAIANA dia 23

Bem, como eu sou cliente Porto Seguro E estudante...acho que sai de graça, não sai?


:P





SHOW GURI DE URUGUAIANA
com Jair Kobe e convidados.
Quinta Feira
23 de junho - 20h30
no Teatro Municipal de Chapecó

Ingressos antecipados na RÜDIGER
Rua Fernando Machado, 3118 (49) 3361 0500
R$ 50,00 Inteira
R$ 25,00 Meia (estudantes e maiores de 60 anos)
R$ 25,00 Cliente Porto Seguro e Acompanhante
R$ 40,00 Promocional antecipado até o dia 22
No dia 23, devido ao feriado, os ingressos estão a venda a partir das 14 horas na bilheteria do teatro

Alteração da idade de doadores de sangue

O Ministério da Saúde publicou, nessa terça-feira, uma portaria que institui uma nova política para doação de sangue no País. A partir de agora, os jovens com idade entre 16 e 17 anos e idosos com até 68 anos poderão doar sangue. Antes, a faixa etária era entre 18 e 65 anos. A ideia é que, com a ampliação de doadores em potencial, mais de 14 milhões de brasileiros sejam incentivados a doar sangue. A portaria visa trazer mais segurança para quem doa e recebe sangue no País, como reforça o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.


Fonte:http://www.webradiosaude.com.br/saude/visualizar.php?codigo_noticia=PDMS111051

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A letra T

Tive Tantos Testes!
A Grasiely Perosso me deu a letra T...

Tropa sem Tamanho, To Trêmula...Tantos Textos, Tantos Tratados...Tao Trabalhosa Tal Tarefa!

Turcos, Tupis, Todos: Toquem Tambores! Tanto Tenho a Tecer! Tem Tempero Todo Tempo. Tenho Truque e To Triturando Toda Tucumã. Talvez Teremos Tenso Temporal!

Tá ..tá ... tá....

Gosto de: Transpirar, Transar, Tarado, Tesão, Transparência, Toneladas de Troféus, Tapioca, Tango, Telescópio, Tambores, Tamborins, Telenovela, Telejornalismo, Taoísmo, Tangerina, Tartarugas, Táxi, Taxista, Telecomunicação, Tomografia, , Thursday, Tatuagem, Tatuadores, Tráfego.

Tóooin!!! Tropecei...To Tonta!....Tarde, Tenho que Trabalhar.

Não gosto de: Túmolo, Tabagismo, Traqueostomia, Tabe, Tifo, Tuberculose, Tabus, Tensão, Tapear, Tricotar, Taxímetro, Taxa , Tarifas, Tártaro, Taturana, Telegrama, Tecnicismo, Tráfico...

Tristeza...Tantos Tesouros Triturados!

Uma pessoa que gosto: Tantas Terezinhas, Tiagos, Tamiris, Taíses, Thaisas...Tem Taísa Drevs Também!



(Uma brincadeira no Facebook)