Eu tava três dias fumando horrores. Sem comer. Sem dormir. Só queimando a pedra. Você para, a fissura te pega. Já se perde numa nóia de veneno.
Não é como outra droga, não. O craque. Cê não consegue largar. Quer mais um. Mais um. E mais um.
É diferente porque ele você ama.
Só dez segundinhos. Fatal. Te bate forte no peito. O bruto soco na cabeça. E o mágico tuimmm!
Na pedra, sabe? Tem um espírito vivo. Daí o craquinho fala direto comigo:
– Vai, Edu. Vai nessa, mermão!
Cê fica o tal. Olho de vidro, o polegar chamuscado, acelero alto. Mais força e poder. O pico de zoar no paraíso.
E já no inferno. Isso aí, bacana. O teu inferno sem volta.
Fatal.
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