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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Acidentes de trânsito: podemos evitá-los?



Não gosto de falar em tragédia, mas algumas coisas que acontecem me chocam um pouco.
Hoje quando meu namorado chegou em casa às 11h20 comentou que a rua próximo à padaria Dona Ana estava interditada e, por isso, teve que contornar. Ele comentou que não estava sabendo de nenhuma simulação, então devia ser um acidente com morte.
Quando ouvi isso não dei muita atenção, pensei ser um acidente qualquer e nem considerei que, por ele ser policial, sabe as diferenças de procedimentos em cada caso.
Quando cheguei ao serviço um de meus colegas perguntou se eu vi a morte do motociclista próximo de casa. E eu disse que tinha ouvido alguma coisa. Meus colegas sempre estão me alertando sobre o perigo de andar de moto e essa pergunta foi meio que um "tá vendo? tome cuidado!" Logo chegou outra colega e comentou que deu um acidente de trabalho com um policial, com morte. Nessa hora eu já sabia que era um policial motociclista que havia morrido. Então chegou meu outro colega e perguntou, com toda cautela, se o Everton trabalha com moto. Eu respondi que sim, mas que não era ele quem se envolveu no acidente perto de casa.
Pareceu até engraçado, mas as coincidências me chocaram. Policial, com moto, próximo da minha casa...nossa! Podia mesmo ter sido o Everton! Podia ter sido eu também, mas então eu não me importaria muito.
Ainda não entendi exatamente o que aconteceu, minha hipótese foi derrubada quando vi as fotos, mas o certo é que natural não foi. Certamente há pessoas chorando hoje em consequência do erro de alguém, de quem, pouco importa. O importante é que as pessoas não têm consciência de que veículo automotivo é uma arma fatal nas nossas mãos se não soubermos usar.
Eu sou motorista de carro e moto, sou ciclista (inclusive hoje mesmo fui trabalhar de bike, por isso não passei pelo acidente, uso um percurso menos movimentado) e pedestre. Percebo diariamente a falta de responsabilidade dos usuários de trânsito. Nem só de um, nem só de outro. A irresponsabilidade é de todo mundo. Como dizia meu professor de auto-escola, "motociclista (e eu acrescento pedestre) não têm preferencial. Acho que isso serve pra todos, inclusive carros, caminhões, ônibus. É a direção defensiva que tanto se fala. O segredo é evitar acidentes, sempre.
Não estou dizendo que eu sou perfeita no trânsito, que não cometo nenhuma infração, que nunca faço "barbeiragens", o que quero dizer é que todos somos responsáveis por tudo que nos envolve. Primeiro que não há porque andar rápido dentro da cidade. Se você sabe mesmo dirigir vai saber distinguir a velocidade necessária numa rodovia rural pavimentada de uma urbana. O que dificilmente se percebe nos comportamentos, infelizmente, mas eu tenho esperanças que um dia possamos nos convencer disso. Há pesquisas que mostram que aumentar a velocidade não faz tanta diferença assim no tempo gasto, especialmente dentro da cidade. Faz diferença é no bolso e em algumas vidas.
Não faz muito eu estava na faixa da direita, em torno de 40 km/h, quando um motociclista nervosinho (cara-de-pau!) teve a capacidade de me ultrapassar pela direita (sim, eu estava na faixa da direita e ele me ultrapassou pela minha direita!) reclamando por eu estar devagar. Eu até olhei o velocímetro pra ter certeza e quase não acreditei. Ele não me ultrapassou pela esquerda porque tinha outro carro naquela pista. Não bastasse isso, o idiota foi alcançado por mim logo em seguida, pois teve que parar num sinal.
São essas atitudes que resultam em acidentes graves, mas evitáveis. E a responsabilidade é nossa, de todos.
Deixemos os acidentes serem somente acidentes mesmo, daqueles que não poderiam ter sido evitados e que serão poucos.




As informações sobre o acidente que comentei podem ser lidas em http://www.clauderioaugusto.com.br/, mas que também segue abaixo:

Hoje por volta de 11 horas da manhã aconteceu um acidente com vítima fatal na rótula das ruas Sete de Setembro com Índio Condá no bairro Presidente Médice. Foram envolvidos moto da PMSC e caminhão de ração. Após a colisão o rodado do caminhão passou sobre a cabeça do policial militar Marcos Alexandre de Almeida Bueno, 27 anos, da última escola, formado há 30 dias, que há 20 escolheu atuar no Pelotão de Motos, morreu no local. O Corpo de Bombeiros de Chapecó esteve no local, mas como a vítima já estava em óbito, foi feito isolamento do local pela PM para que o IGP da Secretaria de Segurança Pública fizesse o levantamento. Após, o corpo foi encaminhado ao IML para depois ser liberado para familiares, para funerais e sepultamento. O policial, soldado Almeida, com outros dois colegas, todos com motos, faziam serviço de patrulhamento no bairro quando ocorreu o acidente. Segundo alguns populares, que viram o acidente, o PM ao se aproximar da rótula, freou, perdeu o equilíbrio e caiu. O caminhão passou com o rodado por cima de sua cabeça. O condutor do caminhão, Alcides João Molozzi, 65 anos, foi conduzido para a Delegacia de Policia. Após prestar depoimento ele foi liberado.
Peritos do Instituto Geral de Perícia (IGP) fizeram o levantamento do acidente.

O corpo do soldado foi transladado para Francisco Beltrão no Paraná. O enterro está marcado para sábado de manhã.


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